A Justiça decretou, na noite desta terça-feira (30), a prisão temporária do dono de uma pizzaria suspeito de balear uma menina de 11 anos, em
Titular da Delegacia de Proteção da Criança e ao Adolescente (DPCA), a delegada Marcela Orçai explica que a prisão foi pedida na segunda-feira, após a polícia obter novas imagens do crime, feitas pelas câmeras de segurança da própria pizzaria onde a briga aconteceu.
A menina baleada está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), em estado gravíssimo. Ela respira com a ajuda de aparelhos.
O crime teria acontecido por causa de uma discussão entre o dono de uma pizzaria e o pai da menina, cliente do estabelecimento. O vídeo mostra quando o pai da menina sai do estabelecimento, mas continua na calçada, próximo à entrada do local. O comerciante, armado, vai em direção à família. A vítima e uma irmã abraçaram o pai quando viram a arma apontada para ele. O suspeito então atirou três vezes.
Dois disparos atingiram a adolescente, na perna e na cabeça. O atirador ainda tenta se aproximar, mas acaba entrando no carro e fugindo. Toda a ação foi flagrada via celular por um cinegrafista amador.
Na segunda-feira (29), o suspeito se apresentou espontaneamente no 4º DP de Aparecida de Goiânia acompanhado de um advogado. Em depoimento, ele confessou que efetuou os disparos, mas alegou que agiu em legítima defesa.
em pizzaria (Foto: Reprodução / TV Anhanguera)
Sem se identificar, a irmã da jovem baleada também discordou que tenha havido qualquer tipo de reação e disse que eles pediram apenas que o rapaz não atirasse. "Pedimos para ele abaixar a arma. Ai ele respondeu: 'Vocês não vão sair da frente não ?' Nós não saímos, ficamos abraçadas a ele. Quando penso que não, ele pegou e atirou", recorda.
Investigação
A delegada Marcela Orçai informou que já realizou algumas diligências e que alguns comerciantes próximos ao local onde aconteceu o crime já foram intimados a comparecer à delegacia.
Ela explicou por que mesmo confessando o delito, o homem não ficou preso: "Existe uma previsão no Código de Processo Penal em que a apresentação espontânea do suspeito evita o flagrante".
Orçai não crê que a apresentação de forma voluntária seja um indício de que o suspeito queira colaborar com as investigações. "Acho que essa não é a intenção dele, pois a arma do crime ainda não foi apresentada", diz.
Nascido de novo
Na confusão, dois tiros atingiram o balcão de uma farmácia, sendo que um deles acertou o teclado do computador do estabelecimento. Um dos funcionários do local, que não quis se identificar, disse que a sensação é de ter "nascido de novo".
"A bala passou pertinho de mim aqui e fez uma curva inexplicável. O pessoal veio correndo aqui para dentro e a pessoa que estava armada veio e efetuou outro disparo. Quando ele atirou, a gente saiu correndo lá para dentro, fechou a porta e deitou. O terror que a gente passou só quem passa para saber", lembra.
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