A ocupação da Câmara de Vereadores de Santa Maria por manifestantes
que exigem o fim da CPI da Kiss e a exoneração do procurador jurídico da
Casa, Robson Zinn, deve ter um desfecho nesta sexta-feira.
— A gente está no limite. Tentamos o diálogo até agora e ainda quero
mais uma tentativa, mas chegamos em uma encruzilhada. Fui desautorizado
pela Mesa Diretora ontem à noite de tomar qualquer decisão sozinho. A
posição da Mesa é que se não for acolhida a solicitação de entrega do
imóvel para que, depois disso, a pauta de reivindicação seja debatida,
serão tomadas as medidas cabíveis — informou o presidente da Câmara de
Vereadores, Marcelo Bisogno (PDT)
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O
vereador não informou quando, mas deixou claro que sua posição é
encaminhar o caso para a Procuradoria jurídica do Legislativo. Bisogno
informou ainda que irá se reunir com a Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) de Santa Maria para mais uma tentativa de negociação ainda nesta
manhã.
À frente das negociações desde que o prédio foi ocupado, o presidente
da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de
Santa Maria (AVTSM), Adherbal Ferreira, mostrou-se bastante contrariado
com a situação nesta manhã. Segundo ele, os manifestantes limparam o
Plenário e liberaram o local para que os vereadores fossem até lá
conversar. Mas ninguém apareceu.
— Temos uma pauta legítima, que nem sequer foi discutida. Estamos
buscando o entendimento, mas não vamos sair daqui sem que, pelo menos
uma de nossas exigências sejam atendidas. Cedemos até no prazo.
Queríamos a exoneração imediata do procurador, e aceitamos que isso seja
feito em até 30 dias. Mas nem assim houve entendimento. Se eles querem
chamar a Brigada Militar, estarão provocando a segunda tragédia de Santa
Maria. Perdemos 242 jovens na boate Kiss. Outros 700 ficaram feridos —
afirmou Adherbal.
Há três dias, Bisogno e Adherbal vêm conversando por telefone para
chegar a um acordo, mas não houve uma sinalização que o prédio possa ser
desocupado ou que a pauta dos manifestantes será atendida.
Estopim da crise foi a divulgação de gravação
O estopim da crise que resultou na ocupação do prédio da Câmara por
vários grupos representativos de Santa Maria (Diretório Central dos
Estudantes da UFSM, Movimento Santa Maria do Luto à Luta, Associação dos
Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria,
Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria,
Associação dos Servidores da Universidade Federal de Santa Maria PSol e
PSTU) foi a divulgação de uma gravação em que integrantes da CPI da Kiss
— a presidente Maria de Lourdes Castro (PMDB) e o vice Tavores
Fernandes (DEM) — conversam sobre a atitude da relatora Sandra Rebelato
(PP) em chamar algumas pessoas para depor. Esses depoimentos poderiam
comprometer o governo Schirmer.
Às 17h de terça-feira, um protesto organizado por vários grupos
acabou na frente da Câmara de Vereadores, que passou a ser ocupada.
Desde então, o expediente foi suspenso, e só vereadores da oposição
foram ao local conversar com os manifestantes. A negociação com a Mesa
Diretora, formada pela maioria de vereadores da base governista, tem
sido feita por telefone.
As duas principais reivindicações dos manifestantes é que a CPI seja
extinta, e procurador jurídico da Casa, Robson Zinn, deixe o cargo. No
entendimento dos manifestantes, Zinn teria articulado para que a CPI
fosse formada por vereadores da base governista do prefeito Cezar
Schirmer.
Nota divulgada pela Mesa Diretora da Câmara de Vereadores à meia-noite de quinta-feira:
"Os vereadores responsáveis pela eleição da Mesa Diretiva (PMDB — PP —
DEM — PDT - PTB — PR) reunidos decidem reconhecer de forma pública os
esforços da presidência do Poder Legislativo na busca do entendimento
para viabilizar um consenso em relação às demandas apresentadas.
Lamentavelmente, não se viabilizou o desocupação do espaço através do
diálogo com os manifestantes que estão na sede do Poder Legislativo a
mais de 50 horas. Qualquer pauta de reivindicação apenas será discuta
após a liberação do prédio público. Assim sendo, solicitam aos
manifestantes a desocupação voluntária da CMVSM. Não sendo acolhida a
solicitação de entrega do imóvel público, serão tomadas as medidas
cabíveis.
Santa Maria, 27 de junho de 2013.
Anita Costa Beber, Deili Silva, João Carlos Maciel, João Kaus, Maria
de Lourdes Castro, Marta Zanella, Marcelo Zappe Bisogno, Paulo Airton
Denardin, Sandra Rebelato, Sergio Roberto Cechin, Ovidio Mayer e Tavores
Fernandes
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