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Jean Pimentel / Agencia RBS
Lizie Antonello
As informações de como e onde isso será feito constarão em um Projeto de Reposição Florestal Obrigatória, que deverá ser aprovado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). O projeto está sendo elaborado pelo Dnit, que conta com a ajuda da empresa contratada para cuidar da gestão ambiental da obra. As toras cortadas devem ser doadas a vizinhos da obra.
Segundo o supervisor do Dnit, João Carlos Tonetto, algumas espécies já foram transplantadas no bairro Cerrito para áreas laterais à obra. Outras permanecem perto do viaduto de ferro e serão transplantadas no próximo domingo.
Na BR-158, Jerivá não foi cortado porque resiste ao transplante e será replantado em outro local (Foto: Jean Pimentel/Agência RBS)
Uma chama a atenção de quem passa pela 287. O Jerivá (Syagrus romanzoffiana) não está na lista das ameaçadas, mas será replantado porque sobrevive à remoção. Segundo a Ambienthos Consultoria Ambiental, serão transplantadas 20 árvores além das 83 exigidas. Destas, são mais 5 jerivás e 12 palmeiras leque. Segundo a empresa, também foram salvas bromélias e orquídeas. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) deu aval para as remoções e cortes e estabeleceu as medidas de compensação e de mitigação (minimização de danos) por meio de licença de instalação, em dezembro de 2014. A licença se baseia em uma resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) que permite o uso de Áreas de Preservação Permanente (APPs) para obras de utilidade pública ou de uso social. E são pelo menos oito APPs identificadas no trecho da travessia (veja mapa). Situação semelhante enfrentará a obra do hospital do Centro Universitário Franciscano, caso seja permitida a construção no bairro Nossa Senhora de Lourdes.
Foto: Ronald Mendes/Agência RBS
A travessia urbana é considerada a solução para os congestionamento. Mas, para o biólogo Renato Aquino Záchia, diretor do Jardim Botânico da UFSM, representa "investir em mais espaço para carros em vez de priorizar um transporte coletivo".
– É uma obra ecologicamente correta? É. Vai causar dano ambiental? Vai. O ecossistema levou milhões de anos para ser assim e isso é irreversível. A compensação nunca é total – diz o biólogo.
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